cancer da mama

O câncer da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres em todo o mundo, mas a forma como ele afecta diferentes grupos não é igual. Diversos estudos revelam que as mulheres negras estão mais propensas a desenvolver subtipos mais agressivos da doença e a morrer em maior número, mesmo quando a incidência é semelhante à das mulheres brancas. Essa disparidade resulta de uma combinação complexa de factores biológicos, socioeconómicos e estruturais.

As mulheres negras têm maior probabilidade de desenvolver o câncer de mama triplo-negativo, um tipo mais difícil de tratar e com menos opções terapêuticas. Além disso, são frequentemente diagnosticadas em idades mais jovens e em estágios mais avançados, o que reduz as hipóteses de cura.

Outro aspecto preocupante é o acesso desigual aos serviços de saúde. Muitas mulheres negras enfrentam dificuldades para realizar mamografias regulares, demoram mais a receber o diagnóstico e iniciam o tratamento tardiamente. Questões como rendimento baixo, menor escolaridade, dupla jornada de trabalho e falta de campanhas adaptadas à sua realidade agravam ainda mais o cenário.

A vulnerabilidade também é reforçada por condições como obesidade, hipertensão e diabetes, mais comuns em algumas populações negras, que podem interferir no tratamento e na recuperação.

Superar esta desigualdade exige acções concretas: ampliar o acesso ao rastreio gratuito, garantir atendimento rápido e humanizado, formar profissionais sensíveis à questão racial e investir em políticas públicas que enfrentem as causas sociais da doença.

As mulheres negras não estão biologicamente destinadas a sofrer mais com o câncer da mama. O que as torna mais vulneráveis é um sistema desigual. Combater essa disparidade é essencial para que todas as mulheres tenham a mesma oportunidade de viver.